um dia .



Às vezes ponho-me a pensar … e chego a breves conclusões que nunca pensei que houvessem, ou sequer existissem. Penso em coisas que fiz, pessoas que conheci, soluções bruscamente tomadas, palavras sem nexo. Mas principalmente em momentos perdidos, momentos que nunca serão esquecidos independentemente de com quem, como ou até onde foram vivos. Penso no olhar de pessoas especiais que se tornaram de tudo a nada de repente. Penso em conversas tidas com certas pessoas que me abriram os olhos e principalmente, penso em concelhos dados. Sim, porque durante a minha vida, já me deram mil e tal concelhos sobre o que devo ou não devo fazer. Um deles, e talvez o mais importante foi para eu não me deixar levar por pessoas que de certeza que não me iam fazer bem, para não me deixar levar por sentimentos que não existem e principalmente para não me afastar dos que mais amo. Sim, afastei-me de muitas pessoas que amei, não porque me apeteceu, não porque teve mesmo de ser, mas sim porque não estava bem. Sem querer nem pensar, perdi pessoas importantes que hoje me fazem falta. Penso em amizade à distância que eu nunca pensei que resultassem e resultaram, mas também penso naquelas que, pelo contrário pensava que iam resultar e não resultaram. A vida é como uma montanha russa, onde tanto podemos estar de cabeça para baixo, a gritar, como bem erguidos no céu a avistar tudo o que há de bom à nossa volta. Mas a vida é como nas histórias, há principio, meio e fim, e entre esse início e esse acabar contam-se muitos episódios ou de chorar a rir, ou de chorar de tristeza mesmo, contam-se aventuras, zangas nexo, problemas sem como nem porque, contam-se magoas do passado, e projectos para o futuro, contam-se como eram pessoas conhecidas, que ouvíamos todos os dias, contam-se desilusões, contam-se problemas, contam-se cenas que coisas que não fazem sentido absolutamente nenhum. Mas por vezes penso que eu é que sou burra, porque tenho sempre uma voz que me diz o que tenho ou não que fazer, o que está certo e o que está errado, que me diz que tenho é de ser feliz, que não posso pensar em todos os problemas à minha volta, que tenho de me concentrar simplesmente em mim, mas o orgulho nessas alturas, é o ponto de partida para contrariarmos os nossos próprios instintos e até a nossa própria vontade. A vida, a vida ensinou-me a ser feliz á minha maneira. A vida ensinou-me como me devo levantar e deitar na cama sem me aleijar. A vida ensinou-me como lidar com situações complicadas e como roubar um rebocado a uma criança. A vida , ensinou-me um outro lado de mim, ensinou-me um outro lado da vida. Muitas vezes apetece-me sair de casa, apetece-me fugir, ir para o lado de quem me compreende, desaparecer com essas pessoas para um lugar onde ninguém me conhecesse, onde ninguém me apontasse o dedo por aquilo que faço ou deixo de fazer, um lugar onde pudesse ser feliz á minha maneira e não á maneira dos outros. Um dia, daqui a bastante tempo, ou não assim tanto, hei de me vingar de mim mesma, hei de perder o orgulho ganho todos os dias em vão, hei de me perder nos olhos de uma pessoa que me faz feliz, hei de conseguir pedir um abraço ou um beijinho e não ser rejeitada. Um dia, um dia hei de alcançar todos os meus objectivos, hei de reencontrar amigos do passado, amigos não esquecidos mas nem sempre lembrados, aqueles amigos verdadeiros que pensava que tinha desaparecido da minha vida, mas que afinal voltaram para mim. Um dia, hei de conseguir ler a mente de todos os que me rodeio, hei de conseguir exprimir-me sem palavras e falar com olhos ou simplesmente com o pensamento. Nesse dia, que há de ser uma segunda, terça , quarta , quinta, sexta , sábado ou ate domingo, aí vou puder ir para a rua a dançar á luz da lua, vou puder gritar ao mundo que sou feliz. Quando esse dia chegar, eu vou puder dizer que as estrelas tinham razão, que os desejos pedidos quando elas fogem pedimos para elas voltarem e deixarem-nos pedir mais um desejo, mais uma forma de ser feliz e encontrar alguém especial que nos ajude. Quem é que achas que as estrelas não ajudam? Eu acho que elas têm razão quando prometem uma coisa, e espero que eu não seja um caso. No dia em que as estrelas cumprirem todos os desejos que já lhes fiz, eu vou escrever um grande obrigado no alcatrão da estrada ou talvez no azul do céu. Porquê? Porque quando esse dia chegar, eu vou ser a pessoa mais feliz de todo o mundo. Mas até lá, vou tentar recuperar tudo o que perdi e algum dia foi importante, vou tentar recuperar memórias e pessoas especiais, vou tentar recuperar toda a felicidade ganhada e perdida até hoje. Por isso, hoje, eu posso não ser feliz a 100% mas, pelo menos um dia, eu vou poder dizer com muito orgulho: ‘’ EU AMO A MINHA VIDA’’ .

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