Dói.



Dói. Dói saber que estas mal e que eu não posso fazer nada. Dói saber que estas incapacitado e que eu não te posso abraçar. Custa querer ver-te e não puder simplesmente porque não me deixam. Só não me revolto contra isso, porque sei que é para teu bem, que é porque tu realmente precisas de alguém que te ajude e não de alguém que te esteja sempre a chatear. 
Dói. Dói não te puder abraçar, não puder ter-te ao meu lado nas aulas, não puder cantar contigo as nossas canções estupidas, sem nexo nenhum. Dói pensar que sofreste e que a tua dor não foi partilhada como eu sempre pedi. Dói saber que, este ano, não vão haver mais noticias como deve de ser, saber que o ultimo teste de história não vai ser feito contigo faz com que as lágrimas se formem nos meus pequenos olhos castanhos. Coisas simples, gestos banais que fazias, hoje deixam saudade. 

Cada paço que dou, cada gesto que faço, cada palavra que digo, alguma coisa que me sai instantaneamente, faz-me lembrar de ti, faz-me pensar nos teus olhos castanhos esverdeados e no teu cabelo meio louro, meio castanho claro que eu tanto gosto. O meu lado direito sempre teve marcado pela tua presença, pela maneira como me aquecias a perna quando eu tinha frio, pelas palavras perversas ou fofinhas que me dizias, o meu lado direito está marcado pelos olhares calados que me mandavas quando tinhas alguma coisa, está marcado pelo silêncio depois de recebida uma má nota num teste. 
Músicas, músicas fazem-me pensar na falta que tu me fazes, na falta que o calor do teu corpo me faz, do frio que sinto quando penso que não vais estar lá nos próximos dias de chuva para me aquecer, os meus dedos tremem quando penso que não vais estar lá para me acalmar quando estiver nervosa, não consigo parar com as pernas quando penso no teu enorme vicio. 
Mas eu prometo, prometo que vou estar aqui para quando precisares de mim, para seres recebido de braços abertos. 
O concerto vai ser gravado conforme planeada, conforme prometido. 
Quando mando papeis ao lixo, quando tiro a caneta azul para escrever, quando me riscam o braço, quando ouço Linkin Park, quando arrasto a cadeira, quando digo alguma barbaridade, quando vejo alguma rotina, quando peço alguma calculadora, quando abro o chat do Facebook, quando escrevo os meus textos gigantes, quando pinto as unhas de cor de rosa, quando mexo na minha lente, quando vejo futebol, quando faço estafetas, quando mexo no meu cabelo, quando faço todos esses simples pormenores que fazem parte do meu dia a dia, lembro-me de ti, do meu colega de lado, da pessoa que eu amo, muito. 

As melhoras meu amor, estamos todos preocupados, volta rápido. *-*