« Eu só queria fazer com que ele se sentisse feliz, mas não
sabia como o fazer, não sabia o que lhe apetecia, nem sabia se lhe devia
perguntar, ou se ele preferia ficar em casa, nada.
Continuei a andar por onde ele ia, até que…
“Não vamos é ficar aqui a olhar para o nada, sff! Espera, já
sei onde vamos!”
Ele agarrou na minha mão e começou a correr pelas ruas.
Perguntava-me onde é que ele ia, não sabia muito bem, mas na realidade não
estava assim lá muito preocupada, porque para mim, o que é realmente importante
é estar com ele.
Só paramos num parque, mas não com arvores e relva verde, ou
flores, com os famosos bancos castanhos, onde os velhos vão passear quando não
têm nada para fazer, ou vão passear ou pessoas vão correr! Era daqueles com
baloiços e escorregas, um autentico parque infantil. Por incrível que pareça,
não estava lá ninguém. Sentei-me num baloiço e o Simon começou a empurrar-me.
Naquele momento senti-me livre. Pus os braços por detrás das cordas onde nos
seguramos, e abri-os. Imaginei ser um passaro que podia ir a todo o lado. Sorri
e ri à gargalhada, a minha gargalhada ecoou pelo parque todo, conseguia
ouvir-me a mim, o que era estranho. Ouvia o riso do Simon e, mesmo estando de
olhos fechados, parecia conseguir ver o seu sorriso na minha mente, como se
estivesse lá sempre, como se o seu sorriso marcasse o meu dia a dia, e na
verdade, todos os dias o vejo, nem que seja no fundo do meu telemóvel, mas ele
está lá. O meu cabelo esvoaçava, formando nós que provavelmente mais tarde ia
ter dificuldade em tirar, mas isso não era importante. Por isso, abri os olhos.
O sol estava a brilhar sobre os meus olhos, o que os fez ficar verdes, eu não
vi, mas sei que ficaram. Estava a ir alto e senti as mãos do Simon no meu banco
do baloiço, a empurrar, mesmo já indo alto o suficiente. Agarrei-me e olhei
para tras, apesar dos meus olhos ficarem meio tapados por causa do vento,
consegui ver o Simon a sorrir para mim.
“Pára Simon, pára!”- eu disse rindo e ele não empurrou mais,
sentando-se no baloiço ao lado do meu.
Começamos os dois a sorrir e a andar, a baloiçar bem alto,
juntos. Os baloiços moviam-se ao mesmo tempo e os nossos risos calavam-se um ao
outro como por magia, enquanto ecoavam pelo parque deserto.
Contamos até três e ambos saltamos do baloiço. O solo ainda
era de areia como os parques da minha infância, visto que os de agora já tinham
todos aquele chão e eu sentei-me na areia a rir. O Simon estava ao meu lado
também a rir a olhar para mim. Ele veio de gatas até mim, ainda a rir e
aproximou a sua cara da minha, como se os seus olhos se fossem unir com os
meus, como se nos juntasse-mos numa só pessoa, como se nos completássemos e,
essa sensação era simplesmente perfeita.
“Eu amo-te!”- ele disse.
A seguir, beijou-me. Apoiou as suas mãos na areia do parque
ao pé dos baloiços e fez-me ir para trás. O meu cabelo ficou na areia, tal e
qual como os sois que desenhamos quando somos pequenos, amarelos e a minha
cabeça ficou apoiada na areia e senti a respiração dele no meu pescoço, quando
eu fui para trás. Ele pos-se em cima de mim e beijou-me outra vez. As minhas
mãos estavam na cara dele, beijava-o fazendo com que as nossas línguas batalhassem
de uma vez por todas, por uma guerra que eu queria que fosse infinita. Sim, eu
não queria deixar de o beijar, não queria deixar de estar ali com ele, não
queria deixar de ter os seus lábios nos meus e sentir o seu corpo perto do meu.
Sentia-me realizada de certa maneira. Sentia-me feliz ao lado dele, aliás,
sempre me senti.
O Simon levantou-se e ajudou-me. Ele ia preparar-se para me
beijar, mas eu fugi. Corri para as escadas do escorrega, podendo ainda ver o
sorriso de desafio que o Simon tinha na cara. Sim, eu sei que ele queria vir
atras de mim e eu queria que ele viesse atras de mim, mas naquele momento,
apesar de ter fugido, só queria estar com ele.
Subi o mais depressa que pude, pensando que ele tinha vindo
atras de mim, e dirigi-me de imediato para o escorrega. Nem olhei para trás,
sentei-me no escorrega e, só não estava à espera que ele estivesse no fim do
escorrega, desci e ele apanhou-me.
“Ah, agora não foges!” – ele disse !
Eu comecei a tentar fugir dele e ele pegou-me ao colo,
metendo-me aos seus ombros tipo saco de batatas e levou-me para um muro onde as
pessoas de costumavam sentar, pondo-me ai ao seu colo. Parecia um bebe tomate,
estava vermelha, com um sorriso na cara e estava ao colo do Simon, de certeza
que não há melhor que isso.
Ele beijou-me outra vez e ficamos assim cerca de 1 hora.» *
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