"compreender? para quê? dá muito trabalho. "


  A pior coisa que podias ter feito era dizeres-me que eu quero que tu vás embora, porque na realidade, isso é o que eu menos quero. Isso é uma das coisas que não compreendo em ti, que não consigo entender, nem conceber a ideia na minha cabeça.Provavelmente, tudo o que eu tentei explicar, foi mal explicado, talvez tudo aquilo que escrevi nas teclas do meu computador, tenha sido em vão, talvez a única explicação esteja nos gestos que, provavelmente, percebeste mal.Magoa saber que eu te tentei ‘proteger’, por assim dizer, e que, a única coisa que consegues dar a entender, é que a culpa de tudo isto é minha e só minha, e por isso, talvez me tenha magoado ainda mais.Eu já to disse. Já te disse que me magoaste quando tu disseste um simples “Não posso fazer nada”, quando te falei do que me atormentava a alma. Sim, eu sei que não o podes curar, que não tens esse dom, mas com essa palavras, só me fizeste lembrar do simples facto de eu também não puder fazer nada para o tirar daquela horrível cama de hospital que o está a atormentar mais do que tu pensas, porque neste momento, se pudesse fazer alguma coisa, eu faria tudo o que estivesse ao meu alcance só para o abraçar de novo, para me rir com ele e com as suas parvoíces, para voltar a ver o seu sorriso e ouvir a sua voz que eu tanto gosto, para voltar a tê-lo ao meu lado nas aulas e ajudá-lo nos testes quando ele precisasse. Eu, neste momento só queria estar sentada numa cadeira, ao lado da cama dele, agarrando-lhe na mão e vê-lo dormir profundamente, pensando que, no dia seguinte, o ia ver sorrir para mim e ia contemplar os seus bonitos olhos verdes acastanhados, piscando e brilhando para mim, fazendo-me ficar feliz, mas nada disso é possível. Não sabes quantas vezes abro uma das suas fotografias, só para relembrar momentos e aí, aí eu só me apetece chorar e ir falar contigo, para me sentir melhor.Sabes porque não o faço? Não o faço pelo simples facto de não te querer ver triste, porque sei da tua indecisão e compreendo-a porque, de certa maneira, também a sinto. Essa tua indecisão por duas pessoas, eu e ela, da qual ela devia sair vitoriosa porque merece ser feliz, merece alguém que a ame e, tu, tu também a mereces e sei que a vais amar. Só espero que não a magoes porque senão vais ter de te ver comigo.     Irritas-me, porque queres ter sempre razão, mesmo quando não a tens, mesmo quando está na cara que a culpa também é tua, que o teu orgulho também contribui para tudo isto.“Cada um segue o seu caminho”? É a tua maneira de resolver as coisas? E tudo aquilo porque nós passamos, não serve para nada? Os bons momentos que passamos juntos, já não importam? Todos os abraços vão “cada um para o caminho”? Todas as vezes que disseste que me amavas e que eu era a tua Julieta, não importaram? Pelos vistos não, pelos vistos quem me quera fora da tua vida és tu. Tu e o teu orgulho e a tua cabeça que, por vezes, deviam pensar um pouco de outra maneira.Vais mesmo? Vais mesmo para a Stuart? Vais mesmo deixar tudo aquilo que tens aqui, nesta escola, só por causa da merda do agrupamento que vai haver, ou já há? Não. Ao contrário do que tu pensas, eu não quero que vás. Não só porque te quero continuar a ver e porque quero continuar a viver momentos contigo, mas sim porque, independentemente de tudo isto, nós fizemos uma promessa, lembras-te? Essa promessa era simples: “ eu prometo que, independentemente de tudo, tu vais ser sempre meu irmão!” Isto nunca vai ser esquecido, T*.  

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